O papel das universidades na formação dos novos profissionais com as mudanças no mercado de trabalho pós-pandemia
8 / Dezembro / 2020
Por Juliana Lopez – Diretora de Ensino Dual, Pesquisa e Pós-graduação da Vice-presidência Acadêmica da Ânima Educação
Atualmente, o cenário que se desenha para os novos profissionais é completamente diferente do que tínhamos a meses atrás. A pandemia mudou muito todos os mercados e para as próximas gerações é importante entender essas mudanças e saber como atender às novas demandas. Se antes da pandemia as exigências já eram muito além das técnicas, hoje isso se intensificou. Além de conhecimentos específicos sobre a área de atuação, é importante que o formando também saiba aplicar na prática o conhecimento construído ao longo do seu curso, que ele seja criativo, proativo, se comunique bem, tenha boa capacidade de se adaptar para atuar em cenários de rápida transformação.
Outro ponto de extrema importância que vem sendo muito exigido pelas empresas em seus processos seletivos são as competências socioemocionais dos profissionais, tais como o autoconhecimento, consciência social, tomada de decisão, habilidades para se relacionar com colegas de trabalho, lideranças e clientes. Dentro desse contexto as universidades também têm um papel fundamental na preparação desses profissionais para o mercado. As profissões se modificaram ao longo dos anos, e essas mudanças se acentuaram na pandemia. O profissional que se dedicava a se especializar em uma única área a fim de projetar sua carreira em um segmento de atuação específico e delimitado, dá lugar a um novo profissional, que se dispõe a estar em constante mutação e se prepara para os desafios ainda desconhecidos, mas que certamente virão.
A pandemia acelerou a transformação digital no mercado de trabalho, um movimento que já acontecia, mas que foi potencializado, por conta das novas necessidades do mercado com o cenário de isolamento social. Os profissionais, por exemplo, tiveram que desenvolver suas habilidades de adaptação tecnológica em um curto prazo para manterem suas posições de trabalho. Essa, é outra transformação que a pandemia deixou no mercado de trabalho: a necessidade de se adequar à chamada Era Digital.
No novo mercado, pós-isolamento social ou pós-pandemia, não haverá espaço para aqueles que não buscarem conhecimento, cursos, especialização e atualização para atenderem as novas necessidades do mundo do trabalho. Um estudo recente da Universidade de Oxford apontou que cerca de 45% dos empregos que conhecemos hoje poderão ser eliminados até 2030. Novos cargos devem surgir para suprir a demanda do mercado, especialmente em funções ligadas à tecnologia.
Mais uma vez a universidade tem papel fundamental na formação desses novos profissionais. Sem dúvidas, a rica experiência profissional e acadêmica de docentes, os projetos acadêmicos inovadores, as práticas simuladas e alta tecnologia empregada no ensino promovem experiências muito significativas para a formação profissional. Porém, é inegável que as experiências práticas são fundamentais para dar vivência para esses jovens. Estudantes de todas as áreas de conhecimento e de diferentes etapas buscam oportunidades de se aproximar dos cenários reais e conseguirem aplicar seus conhecimentos teóricos em situações reais. A busca por estágios e vagas de trainees dentro das empresas, tem como finalidade a conquista da experiência prática.
Para romper a barreira entre teoria e prática e criar oportunidades para que os estudantes vivenciem as experiências do mercado de trabalho dentro da sala de aula, as Instituições de Ensino Superior mais inovadoras e com olhar voltado para o futuro implementaram novas Unidades Curriculares, que oferecem por exemplo, a possibilidade de diferentes experiências em cenários reais por meio de parcerias com grandes empresas. Os programas de ensino dessas instituições contam parcerias firmadas com empresas nacionais e internacionais, integrando docentes e profissionais do mercado para uma formação mais alinhada com as necessidades do mercado e o futuro das profissões.
Essas novas unidades curriculares integram o aluno com aulas práticas desde o primeiro semestre dos cursos de graduação, trazendo sentido e uma dose generosa de vivência prática para estudantes de todas as áreas do conhecimento. As empresas também ganham com essa mudança, pois, conhecem novos talentos universitários e são impactadas por ações criativas e inovadoras trazidas pelos estudantes.
O conjunto destas experiências ao longo do período de graduação diminuem a distância entre estudantes e empresas, candidatos e vagas, expectativas e realidade, teoria e prática, pois, para os desafios atuais e futuros é necessário formar profissionais capazes de criar, liderar, comunicar, negociar, analisar, executar, adaptar, mudar e transformar a realidade.